A Hidrotubação consiste na aplicação de uma solução líquida através da vagina,
que irá atuar no útero e no conduto tubário. É um procedimento médico realizado para diagnosticar
e, às vezes, tratar problemas no sistema reprodutivo feminino, especialmente relacionados às
tubas uterinas. Envolve a inserção de uma solução salina através do colo do útero e a visualização
do fluxo da solução através das tubas uterinas usando ultrassom ou radiografia. Esse procedimento
pode ajudar a determinar se há bloqueios nas tubas uterinas, que podem causar infertilidade.
Entenda o que é este tratamento, suas possíveis indicações e os cuidados relacionados ao
procedimento de hidrotubação neste vídeo exclusivo preparado especialmente pelos Dr. Raul
Nakano. Após assistir o vídeo, continue lendo o conteúdo abaixo para conhecer mais sobre o que é a hidrotubação, quando é indicada e o passo a passo do tratamento.
o que é
Desobstrução das trompas
A Hidrotubação pode apresentar-se com diferentes tipos de composição química:
desde a passagem de um simples soro fisiológico até outras possibilidades como: anti-inflamatórios,
corantes (azul de metileno), soluções salinas, antibióticos, meios de cultura embrionários
ou meios tamponados, podendo ser utilizados tanto para diagnóstico (cromotubagem intra laparoscópica)
quanto para tratamento como para complementa-lo. (ex: pós cirurgia tubária).
Hidrotubação é uma alternativa barata de tratamento ginecológico para os casos
de obstrução, aderência ou inflamação crônica tubária a partir do diagnóstico obtido através
do exame radiográfico, chamado de Histerossalpingografia.
A Hidrotubação é um método antigo que foi amplamente utilizado antes do advento
da Fertilização In Vitro (FIV), mas atualmente com medicamentos mais modernos e potentes reaparece como uma alternativa
(além de ser uma opção mais barata) no tratamento da infertilidade de causa tubária.
Conheça o procedimento
Histórico da Hidrotubação
Hidrotubação é uma técnica clássica que foi muito difundida e utilizada nas
décadas de 60 e 70 quando ainda as técnicas de Fertilização In Vitro não existiam ou mesmo quando as técnicas de Fertilização In Vitro estavam “engatinhando” e não tinham resultados satisfatórios como nos dias de hoje.
A Hidrotubação foi amplamente usada no pós operatório na época em que as micro
cirurgias tubárias eram frequentemente utilizadas tais como: Salpingoplastia, sapingostomia,
salpingolise, ooforoplastia, oofolise, lise de aderências peri tubárias e pélvicas, amplamente
indicadas.
Casos aplicavéis
Indicação da Hidrotubação
Hidrotubação é diagnóstica durante a laparoscopia (também conhecida como Cromotubagem)
que tem como intenção diagnosticar a situação das trompas intra cirurgicamente.
Estuda-se o volume inicial necessário para vencer a resistência da cavidade uterina e
cavidade tubária, que se inicia cerca de 3 ml após o início da infusão do líquido.
Estuda-se a Lateralidade, isto é, analisa-se qual a trompa que deixa transbordar primeiro o
líquido com corante durante o exame com Laparoscopia Diagnóstica. Muitas vezes a passagem é
simultânea, demonstrando bom nível pressórico na passagem.
Quando uma das trompas ou as duas trompas estão inflamadas ou bloqueadas por um processo
inflamatório peri-tubário, o nível pressórico necessário para vencer a resistência da(s)
trompa(s) pode estar aumentado.
Como foi comentado na introdução deste capítulo, foi muito utilizado como complementação das
cirurgias tubárias para evitar a reobstrução das trompas aderidas/inflamadas no passado, ou
mesmo como tratamento complementar pós cirurgias Vídeo-Laparoscópicas ou laparotômicas em
pacientes mais jovens (menos de 30 anos) que realizaram:
Salpingoplastia (Recuperação e ou recolocação cirúrgica de trompa obstruída ou
semi-obstruida liberando as aderência);
Salpingostomia (Recuperação cirúrgica de trompa obstruída permitindo a reabertura do
orifício tubário);
Salpingolise (Retirada de aderência tubária);
Ooforoplastia (Reconstituição e ou recolocação cirúrgica do ovário em sua topografia
original com ou sem a retirada de aderência ovariana);
Fimbrioplastia ( reconstituição e ou recolocação cirúrgica da fimbria tubária com ou sem a
retirada de aderência fimbrial e ou peri fimbrial);
Ooforolise (retirada de aderência ovariana e ou peri ovariana);
Lise de Aderência Peri-tubária ( Retirada de aderência peri tubária).
procedimento
Tipos de Hidrotubação
O sucesso do tratamento de hidrotubação pode variar de acordo com o grau de
comprometimento, dependendo do tipo de inflamação existente nas trompas, são três tipos
de comprometimento e são divididas assim:
01.
Aderência Tubário Reversível e Fugaz
Impede a gravidez, mas não chegou a lesar o epitélio interno das trompas. Se desfaz com a pressão do contraste utilizado no exame de histerossalpingografia. Isto explica os casos de gestações que acontecem nos meses logo após os exames e são considerados normais.
02.
Aderência Tubária Reversível e Frouxa
Não se desfaz com a ação mecânica da pressão exercida no exame de histerossalpingografia, mas pode ser revertida com o uso da medicamentos contida na hidrotubação. O tecido inflamatório é frouxo permitindo a ação da medicação anti inflamatória. Nestes caso pode haver dano de parte do epitélio no interior das trompas com possível comprometimento dos cílios internos, que são medicados para tentar recuperá-los, utilizando medicamentos para recuperação do estado de normalidade.
03.
Aderência Tubária Firme ou Aderência Densa (Irreversível)
Ocorre como sequela de processo inflamatório que gerou tecido de reparação denso, rico em fibrina e tecido conjuntivo denso. Não é suscetível a ação da medicação anti-inflamatória, portanto nestes casos a hidrotubação se mostra ineficiente, sendo indicado então a Fertilização In Vitro. Ocorre como sequela de processo inflamatório que gerou tecido de reparação denso, rico em fibrina e tecido conjuntivo denso. Não é suscetível a ação da medicação anti-inflamatória, portanto nestes casos a hidrotubação se mostra ineficiente, sendo indicado então a Fertilização In Vitro
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